terça-feira, 21 de junho de 2011

Casa da Cultura Platinense está fechada há quase três anos

Lei Rouanet pode ser uma saída para angariar verba para reforma





Fechada desde 2008, a Casa da Cultura Platinense (CCP) caminha agora para mais uma batalha em busca de verba para reforma. Desta vez, a procura vai ser através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, ou Lei Rouanet, que destina até 4% do Imposto de Renda das empresas para ações culturais. O projeto para reforma do espaço será enviado através do Conta Cultura, ação da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná para facilitar o contato entre empreendedores culturais e empresas interessadas em patrocinar projetos culturais. O plano e ficha de inscrição devem ser enviados até o dia 14 de maio, já com o registro no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) do Ministério da Cultura (MinC).


Segundo o diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de Santo Antônio da Platina, Carlos Alberto Teixeira da Annunciação, o problema vem de gestões anteriores. “A prefeita Maria Ana Pombo assumiu em 2009, quando a Casa já estava fechada. Desde lá, viemos buscando formas de conseguir dinheiro público federal para reforma”, afirma. Em meio à bagunça de documentos dos mais variados tipos em uma caixa de papelão, o diretor mostra que a CCP, administrada pela Fundação Cultural de Santo Antônio da Platina, foi interditada em 2006 pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA), mas reabriu em 2007. Em 2008 (ver errata abaixo), voltou a ser fechada pelo CREA e pelo Corpo de Bombeiros, que detectaram problemas na estrutura das paredes, telhado e forração. A partir daí, a Fundação Cultural abriu mão do espaço e repassou à Prefeitura, com o objetivo de agilizar o processo de reforma.


“Em 2009 conseguimos a liberação do hall de entrada, que não estava comprometido graças ao mezanino, que protege o local. Então, foram realizados os projetos Terça-feira Livre e Talentos de Nossa Terra, que davam espaço para apresentações musicais da cidade”, conta o diretor. O piano Essenfelder, de um quarto de cauda, avaliado em torno de R$ 35 mil, foi recuperado, afinado e trazido também para o hall, sendo utilizado nas apresentações da Terça-feira Livre. Annunciação disse que estuda uma parceria com escolas de músicas para que ele seja utilizado pelos alunos que não possuem piano. Porém, essa promessa já foi feita em 2009, em entrevista à reportagem do jornal Tribuna do Vale (edição de 25 de agosto de 2009).


No mesmo ano, uma emenda parlamentar do deputado federal Dr. Rosinha (PT) destinou R$ 500 mil para a reforma da CCP, com contra-partida da prefeitura de R$ 120 mil. O projeto arquitetônico, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia da Prefeitura, foi encaminhado ao MinC no último dia do prazo, 24 de novembro de 2010, conforme informa reportagem do mesmo jornal em 25 de novembro de 2010. O plano foi autorizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que a Casa da Cultura Platinense é único prédio platinense tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual. O dinheiro empenhado, entretanto, nunca chegou. De acordo com Carlos, o corte de verbas anunciado pelo Ministro da Fazenda Guido Mantega, em dezembro de 2010, fez com que a verba fosse cancelada.


“Somente quem viveu os tempos de ouro da Casa da Cultura, quando tínhamos shows como o Oswaldo Montenegro, ou peças de teatro consagradas, recitais periódicos de música, exposições e muitas outras atividades artísticas, é que sente o que estamos falando de perder a Casa da Cultura”, desabafa a professora e diretora do departamento de cultura do Colégio Tia Ana Maria, Cristiane Papi Crespo Frufrek. Ela lembra que, graças à Fundação Cultural, a CCP abrigou um intercâmbio cultural com a cidade de Ohio, nos Estados Unidos. “Hoje, a conversa é muita, mas nenhuma ação. Falta fazer e deixar o falar de lado”, conta.


Para Antônio Altvater, músico e um dos fundadores do Movimento Cultural Independente, o setor cultural da cidade está carente de incentivo e de público. “Os platinenses perderam o conceito de cultura com a falta de um centro referencial nesse campo, como a Casa da Cultura”, diz o músico. Segundo ele, muitas pessoas lembram da CCP apenas como o cinema da cidade e esquecem que o local poderia ser utilizado para oficinas, exposições, teatro e música.


Para reverter a situação da falta de espaço adequado e promover a democratização do acesso à cultura, foi criado o Movimento Cultural Independente. O principal evento organizado pelo grupo é o Intervenha!, que teve a primeira edição no dia 9 de abril na Praça Frei Cristóvão Capinzal, no centro de Santo Antônio da Platina. “A ideia é justamente buscar a democratização para o lado dos artistas e para o público também, mapeando na cidade e região artistas que fazem um trabalho original e que têm sua produção sufocada pela cultura de massa”, explica Altvater. O Intervenha! deve acontecer mensalmente e de forma independente, com apresentações musicais, exposições de fotografia e artes plásticas, varal de contos e poesias e teatro. “Para o público, o conceito do Intervenha! é de sempre acontecer no espaço urbano, nas ruas, deixando a arte regional mais acessível”, conta.


Enquanto a Casa da Cultura permanece fechada, as ações culturais no município se restringem a projetos independentes e programas realizados pelas escolas. Políticas públicas voltadas à cultura também não são pensadas pelos administradores municipais. “Nossa sociedade perde por tirar de nós algo que é necessidade pra formar cidadãos mais críticos, emotivos e interessados”, finaliza Cristiane Papi.

*ERRATA:

Segundo a assessora da Prefeitura em 2008, na gestão de Pedro Claro de Oliveira Neto, Ana Maria Zava, a Casa da Cultura Platinense foi fechada apenas em 2009. De acordo com Zava, houve apresentações como de Ary Toledo, peças teatrais, como O Bobo de Shakespeare e Procura-se Mulher Perfeita, além de apresentações infantis, "muitas delas custeadas com a própria bilheteria".


Texto: Eduardo Godoy

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Lyra dos Campos se apresenta hoje


A Banda Escola Lyra dos Campos se apresenta hoje, 18, no auditório A do Cine Teatro Ópera. O concerto será em homenagem ao maestro Paulino Martins Alves, que dá o nome ao Conservatório Musical. A apresentação será a partir das 20h, com entrada gratuita.

Texto e foto: Eduardo Godoy

Incêndio em setor da Biblioteca Central da UEPG






Um incêndio por volta das 10h30 desta quarta-feira, 18, assustou aos funcionários do setor de Intercâmbio e Acervo Histórico da Biblioteca Central da UEPG. Segundo os funcionários, o fogo começou em um canto da sala onde ficam livros de acervo histórico, no Edifício Piquiri, localizado na Rua Dr. Penteado de Almeida, ao lado da Agência do Trabalhador. Ninguém ficou ferido e nenhum livro deteriorado. O Corpo de Bombeiros atendeu prontamente à ocorrência, o que permitiu que o fogo não se alastrasse. Entretanto, a fumaça era densa. No local ficam mais de 20 mil livros e trabalham quatro funcionários. Os alunos não tem acesso a este setor.

Texto e foto: Eduardo Godoy

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Projeto de Combate à Homofobia tramita na Câmara de Vereadores

Tramita na Câmara Municipal de Ponta Grossa projeto de lei que visa instituir o Programa de Combate à Homofobia no Município. De autoria do vereador Edilson Fogaça (PTN), o projeto de lei nº 049/2011, protocolado em 12 de abril passado, tem a finalidade de promover a discussão sobre o tema nas escolas, atingindo não somente os alunos, mas também os gestores e os educadores.

Segundo a proposta, além de ser instituída nas escolas, o Poder Legislativo realizará campanhas, distribuindo gratuitamente materiais explicativos e de conscientização sobre o assunto nas redes de ensino. A ampliação e elaboração do material a ser difundido ficarão a cargo da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, agregando a Secretaria de Educação e a Secretaria de Saúde.

O vereador também esclarece que o projeto tem apoio de várias entidades, entre elas o Grupo Renascer. Contudo como comenta a assistente social do Grupo Renascer, Fernanda de Almeida, eles ainda não tiveram acesso ao projeto. “Nós apoiamos o projeto de lei. Porém precisamos conhecer suas especificidades e mudar o que for necessário para garantir os direitos dos homossexuais”, completa Fernanda.

Fogaça explica que, devido ao crescimento dos casos de homofobia tanto no cenário mundial quanto nacional, exigiu que o Poder Público interviesse com políticas públicas para garantir a cidadania a todos. “Quanto mais o poder Público tiver políticas que levem orientação e campanhas que possibilitem que o jovem entenda a importância de respeitar as minorias é que vai levar na fase adulta uma condição de respeito quanto à sexualidade de outras pessoas”, completa Fogaça. O vereador reforça que o programa é uma forma de diminuir o preconceito e apoia os eventos como o Miss Gay Ponta Grossa que aconteceu no último 28 de abril. Segundo ele, são manifestações como essa que mostram que os homossexuais estão unidos e se fazem ouvir perante a sociedade local.

Se aprovado, também ficará a cargo do município determinar a data do Dia Municipal de Combate ao Preconceito Homofóbico e promover ações de entretenimento, informações e de inclusão social. O projeto já entrou em primeira discussão e teve parecer favorável da Comissão de Justiça e de Redação e da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Cidadania. Edilson Fogaça explica que é provável que até o final deste maio o projeto entre em 2º discussão para ser votado em plenário.


Texto: Diandra Nunes

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Acidente na Comendador Miró


Um acidente no início da noite desta quarta-feira, 04, interditou o trânsito na rua Comendador Miró, no centro de Ponta Grossa. Um Vectra, placa AVI-3999, capotou na subida da rua, entre a a Santos Dumont e Sete de Setembro, próximo ao Colégio Estadual Regente Feijó. A Polícia Militar e o Siate fizeram o atendimento no local. Apenas o motorista teve ferimentos leves.



Foto: Afonso Verner

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Crianças platinenses são abrigadas na Casa Lar

Conselho Tutelar tem função de defender crianças e adolescentes em risco e não repreendê-los


Com apenas oito anos, o pequeno E.S.C chega à Casa Lar Cantinho do Céu, abrigo para menores até 12 anos resgatados de alguma situação de perigo em Santo Antônio da Platina. O garoto foi apreendido pela Polícia Militar por volta das 2h da madrugada do domingo, 17, na Praça Frei Cristóvão Capinzal, após denúncias de mendicância.

A reportagem acompanhou a história de E.S.C. O menino foi visto às 22h30 na mesma praça fumando com outras crianças e adolescentes e pedindo dinheiro a quem passava pelo local mal iluminado, intimidando algumas moças. Às 22h45, o carro do Conselho Tutelar chegou ao lugar após oito denúncias da população. As crianças correram e acharam um esconderijo entre as árvores. Depois de duas voltas pela praça, o conselheiro tutelar foi embora. No mesmo horário, duas viaturas da PM faziam ronda pelas ruas próximas. Só mais tarde conseguiram apreender três garotos. Dois fugiram e E.S.C. foi levado para o Conselho Tutelar.

Depois de ser abrigado na Casa Lar, o garoto não quis voltar para casa. De acordo com Marcelo Araújo, conselheiro tutelar que fez o atendimento em seu plantão, quando foi buscar o menino na manhã do domingo para ser levado de volta à família, ele se recusou a sair do abrigo. “Ele pediu para deixá-lo ali. Disse que em casa a mãe batia nele. Neste caso, temos a obrigação de encaminhar o caso ao Ministério Público”, conta Araújo.

O Conselho Tutelar foi criado em 1990 pela Lei nº 8.069, juntamente com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). De acordo com o artigo 131, o Conselho é o “encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente”. O presidente do Conselho Tutelar platinense, Davi da Silva, explica que a função deles é “defender a criança e o adolescente e não reprimi-los ou repreendê-los, como muita gente acha. Eles têm que se sentirem protegidos perto da gente”. Marcelo Araújo conta que o conselheiro se posiciona, segundo o ECA, como um “articulador do município de políticas públicas para o atendimento de crianças e adolescentes, requisitando estes programas de assistência.”

“O que leva as crianças às ruas é a desestrutura familiar e a facilidade em conseguir dinheiro”, expõe Davi da Silva. Já Araújo relata que “a criança na rua é uma violação dos pais, da sociedade e do Estado que, segundo o artigo 4º do Estatuto, têm a obrigação de garantir os direitos das crianças e adolescentes”. A mãe do garoto E.S.C. foi ao Conselho Tutelar buscar informações sobre o filho somente na quarta-feira, 22. O caso corre em segredo de Justiça no Ministério Público.

Casa Lar
Mantida pelo Programa de Voluntariado Paranaense (Provopar) e Secretaria Municipal de Assistência Social, a Casa Lar Cantinho do Céu foi criada em 1997 e revitalizada em 2009 após um incêndio que destruiu grande parte do local. Segundo o conselheiro tutelar Marcelo Araújo, a Casa “é um acolhimento institucional para crianças de zero a 12 anos que sofreram pedofilia, abuso sexual, espancamento ou correm riscos sociais”. No abrigo, as crianças têm acompanhamento psicológico, psicopedagogo, alimentação, brinquedos e dormitórios.


Texto: Eduardo Godoy

sábado, 30 de abril de 2011

O conto do Kassab

De Cesar o que é de Cesar e de Kassab o que é de Kassab

Era uma vez, um político paulista que sonhava em ser Lionel Brizola. Seu sonho ia contra as diretrizes do seu partido, o DEM (Antigo PFL, Arena...), que além disso não concordava com o sonho “Kassabista” de se tornar governador do estado, afinal, o cargo era garantido para o maior aliado dos Democratas.

Kassab, que gosta mais da Dilma do que gostava de Serra, aproveitou uma brecha na lei eleitoral e fundou um partido. Fundar um partido, algo que deveria ser feito por pessoas cujo as ideologias revolucionam e não se encaixam em nenhum dos partidos já existentes, surgiu como solução para que políticos, cansados de seus partidos, optem por uma mudança sem perder o cargo para a “infidelidade partidária”.

Me ocorre pensar agora, que se a moda pega, chegaremos às urnas com uma dificuldade maior de lembrar os dois primeiros números de um candidato (os do partido) do que o resto. Vamos aguardar para ver se no Conto do Kassab, o lenhador realmente vai apoiar a companheira de chapéu vermelho ou se os lobos maus e as vovozinhas democratas conseguirão, de alguma forma, impedir que o político paulista tenha um “felizes para sempre”.


Texto: Jean Marcel

quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Conselho evidencia a complacência ética dos senadores”, afirma editorial da Folha de S. Paulo

“O consórcio do governo petista com o 'centrão' redivivo que o apoia está na base de fenômenos como esse conselho de farsa ética”, diz o editorial da Folha de S. Paulo desta quarta-feira, 27. Segundo o jornal, o “primeiro time” do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tomou posse do Conselho de Ética da Casa, inclusive com a presidência do “afilhado político” de Sarney, João Alberto (PMDB-MA).

O editorial afirma ainda que a opinião pública vive um mal-estar com a nova composição do Conselho, já que oito dos 15 titulares indicados para a composição da mesa respondem a inquéritos ou processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre estes está o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi absolvido pelo plenário de dois processos de cassação.

Para a Folha de S. Paulo, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o responsável pela “sobrevivência política” de José Sarney, quando enfrentou 11 processos no Conselho de Ética. “Foi o então presidente quem desarmou gestões por sua cassação”, diz o texto.

Em contra-partida a essas acusações, o editorial afirma que “Nem sempre o órgão funcionou como biombo decorativo”. Para exemplificar, é citado a cassação de Luiz Estevão, em 2000, e a renúncia de mandato, para evitar que fossem cassados, de Antônio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e José Roberto Arruda.

“Hoje não é o caso. Dilma Rousseff tem maioria folgada no Senado, e o conselho evidencia a complacência ética dos senadores”, diz ainda o editorial. O jornal faz ainda uma comparação entre a volta de Delúbio Soares ao PT e o Conselho de Ética. “Não tem nada a ver com o Senado, mas a lógica perversa é a mesma”, finaliza o texto.


Texto: Eduardo Godoy

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ponta Grossa oferece medicamentos gratuitos pelo sistema Farmácia Popular

O Programa Farmácia Popular do Brasil, criado pelo Governo Federal em 2004, vende mais de 100 remédios a baixo custo, com descontos que chegam até 90%. A partir deste ano, o programa também conta com remédios para diabetes e hipertensão oferecidos gratuitamente. Em Ponta Grossa a unidade própria da Farmácia, localizada na rua Dr Colares, 25, oferece uma lista contendo 18 medicamentos gratuitos e 108 com preço reduzido.

Os remédios são disponibilizados na sede da Farmácia Popular, em mais de 500 munícipios, e pelas famácias privadas conveniadas com o governo pelo sistema “Aqui tem Farmácia Popular”. A Fundação Osvaldo Cruz, órgão executor do programa, adquire os medicamentos nos laboratórios públicos ou privados e manda a preço de custo para as farmácias conveniadas.

A farmacêutica responsável pela unidade da Farmácia Popular em Ponta Grossa, Doroty Pietrobelli, acredita que o programa melhora na condição de vida da população. “Nosso objetivo é que as pessoas não parem com o tratamento por não ter condições de comprar os remédios”, diz. Ela afirma que o programa amplia o acesso da população aos medicamentos e melhora as condições de vida.

Um dos remédios mais vendidos na unidade de Ponta Grossa é o Sinvastatina, que ajuda no tratamento do colesterol. O medicamento custa em média R$ 30,00, já na Farmácia Popular sai por R$3,80, uma economia de cerca de 87%. O cidadão ainda pode economizar nos remédios para asma, rinite e osteoporese, entre outros.

Além dos preços baixos, Doroty fala que a Farmácia Popular orienta a população. “O atendimento aqui é diferenciado. Damos os remédios e também dicas de saúde para todas as pessoas”, diz. Ela lembra que, além dos remédios, fraudas geriátricas e preservativos têm preços reduzidos, o que ajuda nas necessidades básicas e no controle da natalidade dos cidadãos, gerando melhor qualidade de vida em Ponta Grossa.

Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil possui cerca de 7,5 milhões de diabéticos e 22,6 milhões de hipertensos. O aposentado Ogari Taques Ribas, 76 anos, é diabético e explica que os remédios tem custo alto e isso dificultava o tratamento. “Agora que os remédios são de graça, posso me tratar e ter mais alguns anos de vida”, diz.

Os medicamentos podem ser adquiridos sem limite por pessoa, porém se forem remédios contínuos a receita deve ser renovada. “A pessoa pega apenas a dosagem estipulada pelo médico na receita. Se precisar de mais, nós renovamos no próximo mês”, explica Osvaldo José Morais, farmcêutico da Fleming, conveniada com o “Aqui tem Farmácia Popular”. Para aquisição do medicamento é necessário apresentar a receita médica e o CPF do paciente.

Os remédios gratuitos para diabetes são Maleato de Enalapril, Clor de Propanolol, Captopril, Losartana com 30 e com 60 comprimidos, Atenolol com 30 e 60 comprimidos, Hidroclorotiazida, Glibenclamida, Clor de Metformina com 30 e 60 comprimidos e Insulina Humilin. Os medicamentos para hipertensão são o Pressotec, Captomed, Atenopres e Diurix.

Texto: Luana Stadler

terça-feira, 5 de abril de 2011

A arte vai invadir as ruas



O que é?
O Intervenha! é um evento promovido pelo Movimento Cultural Independente de Santo Antônio da Platina com o objetivo de divulgar e fomentar a cultura regional. A arte vai invadir as ruas com apresentações musicais, exposição de fotografias, ilustrações, pinturas e um varal de contos e poesias.

Onde e quando?
A intervenção cultural está marcada para o dia 9 de abril (sábado), na praça Frei Cristóvão Capinzal, ao lado da Igreja Matriz de Santo Antônio da Platina. As apresentações e exposições começam às 15h e terminam às 19h30.

Programação
Musical
The Ligas (Dijalma Ligas e Alan Jorge)
Antônio Altvater (Solo)

Arte Visual
Bruno Hama Tinto (Ilustração gráfica)
Beatriz Junqueira (Estampa em tecidos)
Maria Cristina Kaiser (Stencil e Artesanato)
Antônio de Picolli (Fotografia)
Vanessa Lopes (Fotografia)

Literatura (Varal de Contos e Poesias)
Felipe Peres
Flávio Cuervo
Celso Felizardo

Mais informações
http://intervenhapr.blogspot.com
@intervenha

Próximos eventos da Comunicação



Clique nas imagens para acessar o site oficial do evento.













quarta-feira, 30 de março de 2011

Aprisionado

Voem pensamentos
a noite é toda de vocês.

Descansem;
Divirtam-se;
Cantem;
Amem;
E não pensem muito.

Amém.

Mas voltem amanhã pela manhã
Preciso pensar.


[E. Godoy]

Lugares

Lá atrás do morro
morro de saudade
de dizer-te: te amo.

Cá desta parte
parte a esperança
do relógio ordenar: avança!

[E. Godoy]

sexta-feira, 25 de março de 2011

O circo chegou em Ponta Grossa

Unindo circo, teatro, dança, música e tecnologia, o Circo Roda estreou quinta-feira, 24, em Ponta Grossa com o auditório A do Cine Teatro Ópera lotado. Mais de 700 pessoas acompanharam, por uma hora e meia, o espetáculo DNA – somos todos muito iguais, roteirizado e dirigido por Hugo Possolo.

A peça apresenta uma temática que envolve assuntos como clonagem, mutação, deficiências físicas, ancestralidade e novas formas de vida. Possolo partiu da teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin, para criar o roteiro. “Constatei algo científico que tem forte carga poética: entre os animais, a diferença no código genético é ínfima. Na maioria dos casos, entre os animais, nossos DNA’s são pouquíssimo diferentes. Então, somos todos muito iguais”, afirma o diretor e roteirista.

O Circo Roda nasceu da junção dos grupos teatrais Parlapatões e Pia Fraus, e une as experiências circenses de cada um, utilizando trapézios, malabares, tecido, corda, cama elástica, dentre outros. Além dos materiais comuns no circo, a companhia usa recursos da tecnologia para criar projeções no palco. O que não falta, porém, são os risos proporcionados pelos palhaços, que interagem durante toda a peça com o público.

O grupo já percorreu mais de 30 cidades brasileiras em cinco anos de atividade. Os espetáculos Oceano e Stapafúrdyo, que também passaram por Ponta Grossa, atingiram um público de mais de 300 mil espectadores em cerca de 470 apresentações no Brasil. Os 4200 ingressos para a turnê de seis apresentações na cidade esgotaram na tarde de quinta-feira. Os preços eram R$ 15 a inteira e R$ 7 a meia entrada.

Confira as fotos da primeira noite de espetáculos:














Texto e fotos: Eduardo Godoy

quinta-feira, 24 de março de 2011

Acamaruva associa 22 trabalhadores

Uma das entidades que recebe o lixo da Feira Verde, dos PEV’s, e que irá receber da coleta seletiva, é a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Uvaranas (Acamaruva). Instalada em um barracão próximo ao Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a associação agrega 22 trabalhadores que trabalhavam como ‘carrinheiros’ (que passavam com ‘gaiotas’ pelas ruas recolhendo lixo reciclável) e catadores no antigo Lixão do Botuquara.

Segundo Waldir Macedo, responsável pelas associações, a Acamaruva recebe semanalmente 20 toneladas de lixo reciclável, separa os 34 tipos de materiais e vende para a empresa Rescisul. “Quase 1/3 do que recebemos é de ferro; os demais são outros materiais, como papelão, PET, garrafas de vidro, papel, plástico etc.”, explica Macedo. O que não é aproveitado, a empresa Ponta Grossa Ambiental recolhe diretamente no barracão.

Todos trabalham em uma cadeia de produção: as mulheres separam os materiais e os homens fazem o serviço de carregamento e prensa. Os associados recebem igualmente, de acordo com o que produzem. A renda média semanal de cada um é de R$ 130. Além da Acamaruva, outras três associações recebem lixo reciclável: em Oficinas (Acamaro), Nova Rússia (Acamaru) e Centro (Acamar).

O primeiro passo é a separação dos 34 tipos de materiais


Logo após, o material separado é prensado em uma máquina


O resultado são vários fardos de material reciclável, que depois são vendidos para uma empresa especializada em reciclagem


Isopor é um dos materiais inutilizáveis, que vão diretamente para o Aterro Sanitário do Botuquara



Texto e fotos: Eduardo Godoy

quarta-feira, 23 de março de 2011

Coleta seletiva é implantada em Ponta Grossa

A partir de abril, três bairros centrais de Ponta Grossa passam a contar com coleta seletiva do lixo reciclável. O projeto é uma parceria entre a Prefeitura Municipal, o Governo Estadual e empresas privadas e está em fase de contratação de motoristas e catadores de materiais recicláveis.

Segundo o diretor municipal de Meio Ambiente, Nelson Calderari, os primeiros meses funcionarão com um teste. “Os caminhões irão passar em dias alternados pelas ruas do Jardim Carvalho, Vila Estrela e Jardim América. Depois pretendemos expandir a coleta seletiva”, explica Calderari. Outros 143 pontos da cidade já recebem os caminhões da Feira Verde, onde o morador pode trocar dois quilos de materiais recicláveis por um quilo de frutas, verduras e legumes.

O material recolhido na Feira Verde é distribuído entre as quatro associações de catadores de materiais recicláveis de Ponta Grossa, mesma destinação que será dada à coleta seletiva. Os catadores irão recolher papel, plástico, vidro e alumínio, devidamente separados. Lixo orgânico continua sendo coletado pela Ponta Grossa Ambiental (PGA) e encaminhado para o Aterro Sanitário do Botuquara. O diretor conta que o contrato firmado com a PGA não especifica que seja feita a coleta seletiva.

Outro projeto de separação de lixo já existente em Ponta Grossa são os 21 Pontos de Entrega Voluntária (PEV’s), em parceria com supermercados e postos de gasolina. O destino também são as associações de catadores, que recebem semanalmente 2,5 toneladas de lixo recolhidos nestes pontos.


Texto: Eduardo Godoy

terça-feira, 22 de março de 2011

Vazamento de Gás interdita Restaurante Universitário

Os alunos do Campus Central da UEPG tiveram uma pequena surpresa no horário do almoço de hoje, 22. O Restaurante Universitário (R.U.) anunciava com um cartaz que não funcionaria. A placa informava que, por motivos de segurança, o R.U não serviria almoço, deixando os estudantes preocupados com o funcionamento do local.

A funcionária Laura Biscaia informou qual foi o problema que fechou o R.U. “Teve um vazamento de gás, daí não tinha como fazer o alimento hoje”. Laura também informou que o restaurante volta às atividades normais ainda hoje, servindo o jantar.

“Eu fico triste, porque a gente sempre almoça aqui e é uma opção fácil”, diz o aluno Adrian Delponte, mas ele afirma que a segurança realmente deve vir em primeiro lugar.


Texto:
Jean Marcel

domingo, 20 de março de 2011

Do Haiti para a UEPG


O cenário de um desastre. Foi isso que os jornalistas Vanessa Rumor e Paulo Martins encontraram no Haiti, na visita que fizeram ao país no mês de Janeiro desse ano. A experiência da repórter e do cinegrafista foi compartilhada com os estudantes de Jornalismo da UEPG no último ‘Diálogos Sobre Mídia Regional’ (17/03).



Texto e foto: Afonso Verner
(Mais imagens do evento em http://flickr.com/afonsoverner)

sábado, 19 de março de 2011

Em vez da capa, o capacete

Ao abrir uma revista ou ligar a televisão somos inundados de heróis e mais heróis criados pela mídia, forçando uma falsa identificação com o povo brasileiro. Vão desde BBB’s a cantores de qualidade discutível. Estes chegam e partem sem a gente se dar conta e são atualizados constantemente, como uma forma de revezamento do posto de herói nacional.

Porém, há um tipo de ‘super-homem’ que não sai da moda nos noticiários, principalmente em época de enchentes, deslizamentos, terremotos, tsunamis e outros males geológicos: o bombeiro. Diferente dos outros que eu citei, este tem uma razão sociológica para existir e ser idolatrado. Vale lembrar as últimas catástrofes naturais que colocaram os bombeiros à vista do público brasileiro. Vamos fazer um recorte, pegando apenas tragédias decorrentes de fortes chuvas. Em 2008 foi o Vale do Itajaí (SC); em 2009, os estados do Norte e Nordeste; em 2010 tivemos em Angra dos Reis (RJ), São Luiz do Paraitinga (SP) e Tomazina (PR); em 2011 foi a Região Serrana do Rio de Janeiro, a cidade de São Paulo e Morretes e Antonina, no Paraná. Em todos estes acontecimentos, a figura do bombeiro sempre esteve presente.

Eu e você vimos imagens, fotos e relatos de salvamentos realizados por esses heróis, colocando-os em status de redentores. Em pesquisas sobre a confiabilidade dos cidadãos em instituições, os bombeiros sempre aparecem nas primeiras colocações. Resultado da grande propaganda feita pela mídia gratuitamente a este grupo, responsável pelas cenas emocionantes que assistimos. Heróis nacionais, que aparecem para resgatar não só mocinhas e crianças em perigo, mas a todo um povo que chora diante da tragédia.


Texto: Eduardo Godoy

sexta-feira, 18 de março de 2011

Volta para casa interrompida



Um acidente por volta das 21h desta quinta-feira, 17, gerou transtornos no trânsito próximo à Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa. Um Palio, placa ANB 4699, vindo pela rua Coronel Dulcídio, cruzou a preferencial da rua Barão de Cerro Azul, chocando-se com um ônibus da Viação Campos Gerais (VCG), responsável pelo transporte público municipal. Os passageiros da linha Terminal Central - Palmeirinha tiveram que esperar a passagem de outro ônibus da empresa que o levassem para o destino final.

Texto e foto: Eduardo Godoy

quarta-feira, 16 de março de 2011

a m o r

A saudade corroi
A distância separa
A lembrança junta
E o amor...
Bom, o amor explode aqui dentro
e verte pelo sorriso no pensamento apaixonado


[E. Godoy]

Odontologia na Comunidade


Uma parceria entre a ABO-PG (Associação Brasileira de Odontologia de Ponta Grossa), Prefeitura e Cescage (Centro Superior de Ensino dos Campos Gerais) leva atendimento odontológico gratuito à Comunidade Cristo Rei. Cada entidade contribui da sua maneira. A Prefeitura cede o espaço da Unidade de Saúde do Bairro e os insumos básicos (algodão, luvas e anestésicos). A ABO doou cadeiras odontológicas e os alunos, supervisionados pelos professores, fazem o atendimento.

Texto e foto: Afonso Verner

quarta-feira, 2 de março de 2011

É hoje!


MAIS DE 30 CAIXAS DE CERVEJA OPEN!!!
FESTA SEM HORA PRA ACABAR, COM DJ AFONSO VERNER!!!

terça-feira, 1 de março de 2011

Batalhão comemora aniversário com serviços à comunidade

O 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), com sede em Ponta Grossa e responsável por nove cidades da região, comemorou nesta terça-feira, 1º, seu aniversário de 111 anos. Além da cerimônia oficial pela manhã, a companhia realiza uma megaoperação em vários pontos da cidade. “Estas abordagens são um presente para Ponta Grossa, uma forma de mostrar nossos serviços à população”, conta o capitão Schulli, comandante da 1ª Companhia do 1º BPM, responsável geral pela operação intitulada “1º de Março”.

Ao todo, são 11 pontos de blitz espalhados por Ponta Grossa, policiamento à pé e patrulhamento nas principais vias de acesso à cidade. “Chamamos todo nosso efetivo, com os militares que estavam de folga, outros de férias, além dos policiais que estão atuando normalmente”, explica Schulli, que enfatiza que a megaoperação começou às 8h e tem duração de 24 horas.

Segundo o tenente Aurélio, responsável pela blitz que começou às 18h30 na Avenida München, uma moto foi apreendida por falta de documentação, além de outras duas motocicletas em que o condutor teve que buscar os documentos para a retirada do veículo. “Nosso objetivo não é causar transtornos, mas não podemos deixar passar o que está irregular”, explica o tenente. Outras multas também foram aplicadas no local, como falta de cinto de segurança.

O caso mais grave registrado até a noite desta terça-feira foi a apreensão de crack em um bloqueio próximo ao campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). De acordo com Schulli, um motociclista portava a droga e, pela quantidade, foi caracterizado como tráfico de entorpecente.


Texto e foto: Eduardo Godoy

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Surto

“Saia daqui, seu monstro”, gritava, enquanto três enfermeiros amarravam a camisa de força no rapaz. Alguns de seus companheiros gritavam junto, outros nem ligavam para o que se passava e continuavam a comer aquele alimento nojento. A luz fraca do refeitório era compensada pela lua que entrava pelas janelas cheias de grade. O clima, para um estrangeiro, era um misto de medo, tristeza e indignação. “Saia!”, gritava mais forte ainda.

Os 37 dias no manicômio ainda eram poucos para o rapaz viciado em maconha se livrar das alucinações frequentes. Os pais choravam cada vez mais nas visitas semanais ao verem que o filho ainda não conseguia escapar dos surtos. “Eu não vou te dar a minha comida, seu monstro! É minha, só minha”, esbravejava enquanto era encaminhado para o local mais visitado por ele nas últimas semanas.

Silêncio.

Solidão.

Já se passavam quatro horas, era madrugada. O jovem começava a se lembrar do ocorrido há pouco. Um simples copo com suco de limão o fez surtar, mais uma vez. O quarto escuro, todo fechado, com apenas uma pequena janela no alto da parede oposta à porta de ferro o fazia refletir sobre sua vida. “O que estou fazendo aqui?”, pensava. E lembrava da namorada que havia deixado do lado de fora, a contragosto. Os pais o colocaram à força no manicômio, pensando se tratar de uma loucura o vício do filho.

“Vamos voar até à Sibéria? Depois voltamos e eu te levo para conhecer umas pombinhas lindas da Praça da República”. O pássaro que havia pousado no parapeito da janela apenas o fitava. Parecia querer responder. Começava mais uma alucinação. Ele tentava se levantar, mas não conseguia. Os remédios, aplicados à força no trajeto entre o refeitório e a ‘solitária’, faziam efeito durante horas. “Estou indo aí para voar com você. O que acha do Egito? Queria tanto conhecer aquele tal de Cristo Redentor que tem lá”. O surto era resultado da ingestão forçada de tantas drogas mais fortes que a maconha. O diferencial era apenas uma bula.

Me lembro destas conversas com o pássaro até hoje. Acho que ele me entendia. Ou simplesmente queria fazer um ninho por ali. Só sei que ele sempre aparecia quando eu estava no quarto escuro, para me fazer companhia. A fuga do manicômio me fez bem.

Bem.

Só me falta o pássaro azul. Ou era laranja? Devia ser preto. Preto da cor da minha solidão terrena. Preto da cor do ódio que sinto daqueles enfermeiros. Preto da cor da arma em cima da mesa.

Preto. Agora tudo está preto.


Texto: Eduardo Godoy

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Rindo à toa


Assim está o torcedor do Operário Ferroviário depois da vitória de hoje, 27. O Fantasma bateu o Corinthians Paranaense por 4 a 1, na última rodada do primeiro turno do Campeonato Paranaense. Cerca de 4300 pessoas compareceram ao Germano Krüger numa tarde ensolarada e muito feliz para os ponta-grossenses.


Texto e foto: Afonso Verner

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O novo como acréscimo

A febre dos e-books - digitalização de livros – traz à tona uma questão que é levantada sempre que uma nova mídia surge no mercado: o novo substituirá a forma tradicional? Foi o que aconteceu com a ameaça do cinema no rádio, da televisão no cinema, da internet nas outras plataformas e, agora, é a vez do livro virtual para o impresso. Todavia, essa discussão só é válida a partir do momento em que a qualidade e o índice de leitura se alteram.

O consumo de livros vendidos em “sebos” se mantém constante, com a procura principalmente por pessoas já inseridas no hábito de ler. O movimento nas bibliotecas públicas, porém, diminui a cada dia. Mas não é possível afirmar que o número de leitores tenha decaído ou migrado para outra plataforma, devido ao melhoramento das bibliotecas escolares por parte dos governos (tanto em nível nacional quanto estadual). Já os e-books têm atingido cada vez mais leitores, talvez uma das causas da crise editorial.

Portanto, não é possível afirmar com relutância que a forma digital dos livros acabará com seu formato impresso, assim como não ocorreu até hoje com os jornais, mesmo com sua digitalização e constante discussão sobre seu fim. Como não aconteceu também no mercado fonográfico que, mesmo com a substituição do vinil para a fita, desta para o CD e para o formato MP3, onde o “bolachão” é hoje um formato cult de se ouvir música. Falar em redução do número de vendas de livros impressos é plausível, entretanto tentar decretar seu fenecimento é se antecipar e dar um passo em falso, descartando inúmeros exemplos de convivência de múltiplos formatos midiáticos e plataformas. Resta agora ver se a forma digital conseguirá atrair mais leitores e leituras de qualidade informativa e formativa. E isto está a cargo dos jovens, a nova geração on-line.


Texto: Eduardo Godoy

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Aos olhos de todos e todas

No cruzamento das avenidas João Manoel dos Santos Ribas com Anita Garibaldi, no Nova Rússia, o senhor descia com todo cuidado na cadeira de rodas, prestando atenção no semáforo para que desse o tempo necessário de atravessar as ruas. Na calçada, as crianças indígenas observavam o caminho feito pelo cadeirante, parando a brincadeira improvisada. O que estavam pensando? Provavelmente a imagem é mais uma novidade para os kaingang de Laranjeiras do Sul, que vieram à Ponta Grossa vender cestas de bambu. Porém, a cena não é tão rotineira para os ponta-grossenses também, devido à independência motora do senhor e coragem na movimentada descida íngreme.


Texto e foto: Eduardo Godoy

Corredor

Era um corredor daqueles bem grandes e com inúmeras janelas. Em umas tantas horas da tarde, a luz transpassava os vidros coloridos – cuidadosamente feitos em forma de mosaico – de um modo que era possível ver os feixes de luz ao longo do corredor. O piso era de madeira, dando a impressão que ele localizava-se em um prédio antigo o suficiente para suportar a magnitude da luz que o inundava.

Em uma das pontas, um menino, juntamente com seu tutor, esperava a passagem de alguém. O garotinho parecia eufórico e ao mesmo tempo extremamente preocupado, tanto que uma ruga se formava em cima de sua testa. Estava vestido em um conjunto de moletom, os cabelos estavam bem penteados para o lado direito e os tênis brancos estavam limpíssimos. O visual era alinhado demais para um menino de uns 8 anos, o que fazia qualquer um que o visse acreditar que quem ele esperava era importante o suficiente para fazê-lo até lavar os tênis.
Numa das pontas do corredor ouviu-se um forte estampido. Era evidente que uma porta com uma tranca bem grande havia sido aberta, e, logo em seguida, em um outro estampido, a porta se fechou. O garoto imaginou que lá vinha quem ele tanto aguardava. Quando ele olhou a mãe vindo acompanhada por um policial (que mais parecia um guardarroupas de tão grande que era) lembrou do que havia acontecido e o porquê ela estava ali.

Em uma tarde quente de verão a mãe havia chegado à casa com o novo namorado. O cara passava a impressão de que era envolvido com algo perigoso. O menino torceu o nariz para ele, e, logo em seguida, ouviu a sirene da polícia. Muitas viaturas pararam na porta da casa e os policiais, todos fardados, entraram quebrando tudo. Sem perguntar nada, renderam a mãe do garoto e começaram a revirar suas coisas. Dentro da grande bolsa vermelha que ela carregava, o policial encontrou um pacotinho com algumas gramas de cocaína, e, embaixo do assoalho da casa, outro policial encontrou a balança que o dito namorado usava para pesar a droga, que mais tarde seria vendida para algum viciado. Foi assim que a mãe do menino foi presa e o namorado mal-encarado, por ter nível superior completo, foi para a delegacia com uma intimação para julgamento e após algumas horas foi liberado.

Quem acompanhava o garoto era o advogado da mãe. A família tinha razoáveis posses, pois o pai do garoto, morto já havia alguns anos, tinha deixado um escritório de contabilidade que rendia um bom lucro mensal. Era o suficiente para manter o menino em uma escola particular e dar a ele todos os video-games que ele poderia usar e dar à mãe todos os sapatos e bolsas que ela gostava.

O pequeno menino desprendeu-se de sua lembrança e saiu correndo em direção aos braços da mãe. O advogado tentou freiá-lo em vão, porque seus minúsculos ombros escaparam por entre os dedos do defensor da lei. Com os braços abertos e os olhos cheios de lágrimas, o garoto corria e a mãe chorava lembrando-se do pedido que havia feito ao advogado dias antes da data do julgamento ser marcada. “Leve meu filho para me esperar passar pelo corredor do Fórum. Essa será a única hora que eu conseguirei vê-lo porque provavelmente eu serei condenada”, disse a mãe ao homem de terno que a defendia.

Ela seria condenada porque, algumas horas antes do julgamento acontecer, a família do então ex-namorado havia a procurado. A proposta era que ela dissesse que era culpada para ele sair ileso. Caso contrário o menino iria pagar pelo crime da mãe com a vida. E, enquanto o filho não fosse morto, eles não iriam ficar satisfeitos.

Em um violento gesto o policial colocou o braço esquerdo na frente do menino e jogou-o para o canto do corredor. Ele chorava desesperadamente e a mãe em prantos foi arrastada para dentro da sala de julgamento. O garoto ficou sem o abraço da mãe e ela soube imediatamente que não veria o filho crescer, pois passaria boa parte de sua vida na cadeia. Assim o menino passou pelo corredor como provavelmente tantos outros meninos já passaram. Naquela noite ele dormiu pensando que o policial não poderia ter filhos, tamanha a frieza com que ele foi lançado longe da mãe pelo homem de farda. Então abraçou o ursinho de pelúcia que ganhou da avó e dormiu. Durante o sonho uma lágrima escorreu de seu pequeno olho. Assim que ele acordou pensou duas vezes antes de gritar 'MÃE' porque sabia que ela não iria correr para o quarto e acalmá-lo. Ficou quieto e dormiu, visto que estava desamparado dentro de sua própria casa.

Texto: Luiza Slaviero

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Continua o impasse das comissões na Câmara Municipal de Ponta Grossa

Foi adiado novamente a formação das comissões da Câmara. Os vereadores George Luiz de Oliveira (PMN) e Doutor Pascoal Adura (PMDB) foram à tribuna para pedirem aos demais parlamentares que o problema fosse resolvido o mais rápido possível, porém o presidente da Câmara, Mauricio Silva (PSB) afirmou que usará o prazo limite apontado pelo regimento interno.

Fundamental para a votação dos projetos, o impasse sobre as comissões já ameaça até a festa mais popular do país, o carnaval. Sem votações, a câmara não pode repassar a verba para a Liga das Escolas de Samba de Ponta Grossa, comprometendo o bom andamento da festa. Dentre os que foram acompanhar a sessão estava o presidente da Liga e seus auxiliares.

Texto: Jean Marcel Ferreira

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Trote

Para refletir sobre as afirmações que temos dado em relação ao trote de calouros. Será que são apenas desculpas para legitimar o 'poder' do veterano? Será que a opinião pública (leia-se: da mídia) está realmente exagerando em seus discursos ou nós, veteranos, estamos tentando nos redimir das consequências?

Confuso... bem confuso. Tire suas conclusões. Eu ainda estou pensando e revendo o que disse.



"Sabe-se que as relações de força nunca se reduzem a relações de força: todo exercício de força é acompanhado por um discurso que visa legitimar a força de quem a exerce; pode-se mesmo dizer que é próprio de toda relação de forças dissimular-se como relação de força e de só ter toda sua força na medida que ela se dissimula como tal. Em suma, para falar simplesmente, o homem político é aquele que diz: 'Deus está conosco'. O equivalente de 'Deus está conosco' é, hoje em dia, 'a opinião pública está conosco'”. Pierre Bourdieu

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Boa fase no Bom Dia Paraná

Depois da nova fase do Bom Dia Paraná, que começou em seis de dezembro de 2010, ainda não tinha tido a oportunidade de assisti-lo. Ou melhor, em época de férias levantar cedo torna-se um grave problema. A questão é que hoje, devido a uma insônia daquelas, assisti grande parte da programação matutina da TV Globo, inclusive o Bom Dia Paraná, da RPC TV. E me surpreendi!

Com apresentação competente de Wilson Soler, que também ocupa o cargo de diretor de Fiscalização do Exercício Profissional do Sindijor-PR, e Thais Beleze, formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, o jornal conta com 60 minutos de duração, das 6h30 às 7h30, quando dá lugar ao Bom Dia Brasil. Um dos fatos que me surpreendeu foi a quantidade de links ao vivo em pleno começo de manhã. Só hoje foram seis: Curitiba, Maringá, Londrina, Paranavaí, Cascavel e Foz do Iguaçu, além de imagens de Caiobá, Paranaguá e Guarapuava. Isso mostra a valorização empregada pela central televisiva do GRPCom, da capital, nas praças do interior.

Outro ponto que chamou a atenção foi a participação, também ao vivo, de personagens e fontes importantes, como uma advogada do Procon de Curitiba, uma personagem de Londrina, o presidente da Sociedade Rural de Paranavaí e o secretário estadual de Infraestrutura e Logística.

A seleção de pautas também é outro aspecto positivo, indo de economia, política, agrobusiness e cotidiano a assuntos menos factuais, porém de grande importância para o telespectador da manhã, como o quadro semanal sobre direitos do consumidor (que ocupou cerca de 15 minutos do noticiário, com entrevista no estúdio e link ao vivo do Calçadão de Londrina) e a situação estrutural dos aeroportos do Paraná (com entrevista ao vivo no estúdio de Maringá).

A previsão do tempo, apresentada por Adriana Milczewski, também não deixa a desejar, mostrando ainda a previsão pluviométrica do dia nas regiões do estado. O ponto negativo, porém, vai para um assunto que não muda em todos os outros noticiários do grupo: a polarização do futebol paranaense em torno dos times da capital. Uma matéria hoje mostrou a péssima fase do Paraná Clube, que perdeu ontem para o Operário, de Ponta Grossa. Em nenhum momento foi citado o merecimento do time pontagrossense, que venceu o jogo por 2 a 1, apenas a má etapa do time da capital do estado.

Como se viu, porém, há um superávit entre os pontos positivos e negativos do Bom Dia Paraná. A RPC TV não poderia dispensar outro tratamento ao telejornal diário mais antigo da rede, fundado em 1983, junto com os outros Bom Dia Praça e o Bom Dia Brasil. O telespectador paranaense da manhã tem a oportunidade ideal para “começar o dia bem informado sobre as principais notícias do estado”, como diz a chamada do programa.


Texto: Eduardo Godoy
Imagem: Divulgação

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A vida nas filas

A fila é grande. Nela estão crianças, jovens, adultos e idosos. A grande maioria é de idosos. A manhã quente fica ainda mais cansativa nessa situação. Em pé, encostados no corrimão, os pacientes do Hospital de Olhos do Norte Pioneiro, em Jacarezinho, esperam pelo atendimento e, claro, por uma boa dose de sorte. Muitos estão ali desde às seis horas da manhã. Já são quase nove e a fila continua longa e demorada.

Enquanto espera, uma senhora morena, aparentando 40 anos, lê a Folha Universal. Observo. Ela me olha friamente e logo ataca: “Os jovens de hoje precisam de Deus. Necessitam de um caminho. Você não acha?” Respondo positivamente com a cabeça. Ela abaixa o rosto e continua lendo. Logo a minha frente dois senhores conversam. É uma daquelas conversas que os jovens deveriam prestar atenção. Um deles, sempre que termina de contar um ‘causo’, afirma com muita ênfase: “Viu, mais é verdade mesmo, eu num tinha porquê menti”.

O sol vai subindo no horizonte. Enquanto isso a fila continua parada. Outro senhor, de cabelos brancos, vestindo uma calça boca larga, estilo anos 70, e uma camisa social surrada, se aproxima com duas caixas térmicas cheias de salgados. A fila grande e demorada é bom sinal para ele, só pra ele. Chega. Aconchega-se no único banco livre e apóia as caixas. Tira do bolso uma sacola cheia de moedas; outra sacola com guardanapos e ainda outra sacola com o pente e objetos pessoais. Logo as pessoas vão se aproximando. Na medida em que vende os lanches, a R$ 1,30 cada, o cheiro dos quitutes toma conta da fila e todos se curvam para saborear com os olhos, e alguns com a boca. O senhor exibe um sorriso constante, verdade que desfalcado por dois dentes na parte superior, mas mesmo assim constante e alegre.

A fila continua da mesma maneira: estática e sonolenta. Desde que cheguei, há cerca de 40 minutos, andei uns três passos para frente, não mais que isso. A monotonia é quebrada por um rapaz que passa ao lado da fila, de cabeça baixa e com alguém segurando suas mãos. Uma mulher vem apressada logo atrás, falando nervosamente ao celular. Os cochichos começam. Não consigo ouvir nenhum nitidamente. Só noto a expressão da senhora que ainda lê a Folha Universal. Ela fecha o semblante e faz um sinal negativo com a cabeça. Quando o rapaz retorna, dessa vez de frente para os que estão na fila, os olhares de reprovação são ainda maiores. Ele é um presidiário da Casa de Detenção da cidade. Para os que estão na fila, ele é apenas um marginal. Para o 'sistema', ele é apenas mais um número. Os senhores comentam entre si. “Se tivesse um lote pra carpir não tinha feito coisa errada e não taria nessa vida”, justifica um deles com feições orientais e mãos calejadas.

A fila não continua a mesma, agora é alguns metros mais extensa. O senhor dos salgados já não está mais lá. Vendeu todos os lanches que cabiam na caixa e foi até sua casa renovar o estoque. Alguns o aguardam ansiosamente. Já faz mais de uma hora que estou quase que no mesmo lugar, parado e observando toda aquela atmosfera confusa e interessante. Uma senhora conta a história de sua mãe. Ela já esteve lá, acompanhando a mãe, duas vezes, essa é a terceira. Indignada com a situação de demora e descaso, esbraveja e vai até à recepção. Volta de lá vermelha e logo berra: “Dois médicos não vieram hoje, não sabe se vai ser todo mundo atendido”. Os burburinhos crescem. Pessoas começam a chorar. Alguns dizer do dia de serviço perdido e outras do dinheiro gasto com a viagem. Para diminuir a tensão, um senhor fuma um daqueles cigarros de palha. Decido me retirar, afinal, até Ibaiti ainda são 90 quilômetros e algumas curvas. Antes disso fico imaginando como será o fim do dia de cada uma daquelas pessoas. Quem vai conseguir uma consulta de cinco minutos? Quem vai perder a viagem? O pior é ter a certeza de que amanhã aquela fila estará lá novamente, do mesmo jeito ou até maior. A única coisa que muda são as pessoas que a compõem. Porque o serviço público continua deficiente e cada vez pior.

Texto: Afonso Verner
Foto: Latuff (imagem meramente ilustrativa)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Romanelli é contra dissidência na Amunorpi

O deputado estadual licenciado e secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), afirmou, pelo seu perfil no Twitter (@Romanelli_), ser contra a divisão da Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (Amunorpi). Perguntado sobre a dissidência, Romanelli disse ser “um horror. Sou contra. Precisamos retomar o caminho da unidade. Ficaremos mais fracos ainda”.

O secretário, em resposta a este jornalista, afirmou que “a discussão ainda está na região”, falando sobre uma possível conversa do Governo do Estado com os 13 prefeitos dissidentes. Segundo ele, “os de ‘fora’ que estimularam as profundas divergências, desaparecerão”.

Conforme divulgado pelo npdiario.com na noite de sexta-feira, dia quatro, 13 prefeitos da região decidiram por formar uma nova associação de municípios, separando-se da Amunorpi. A nova entidade pretende englobar as cidades de Joaquim Távora, Tomazina, São José da Boa Vista, Carlópolis, Santana do Itararé, Jundiaí do Sul, Pinhalão, Curiúva, Jaboti, Conselheiro Mairinck, Ibaiti e Wenceslau Braz. Poderão se incorporar ao grupo ainda municípios dos Campos Gerais, como afirmou o prefeito de Wenceslau Braz, Athayde Ferreira dos Santos Junior (PCdoB).


Texto: Eduardo Godoy
Foto: http://bocamaldita.blogspot.com

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

39ª Efapi lança site e divulga programação


A Sociedade Rural do Norte Pioneiro lançou ontem, 1º de fevereiro, o site da 39ª Exposição Feira Agropecuária, Comercial e Industrial do Norte Pioneiro – Efapi. Além disso, divulgou também a agenda de leilões da feira, que ocorre entre os dias 30 de março a 03 de abril no Parque de Exposições Dr. Alicio Dias dos Reis, em Santo Antônio da Platina.

A programação artística também está praticamente acertada, com dois shows gratuitos, dois pagos e ainda o Show de Calouros, que encerra a exposição, no domingo, 03. A 39ª Efapi começa em uma quarta-feira com o show pago de Fernando e Sorocaba, em final de negociações. Na quinta-feira, 31 de março, é a tradicional atração Jair SuperCap Show, que há anos anima uma noite da feira. A dupla sertaneja Jad e Jéferson sobe ao palco na sexta-feira. E no sábado mais um show pago, com a dupla Teodoro e Sampaio, também em final de negociações.

A escolha da Anfitriã da Efapi acontece na noite do dia 18 de fevereiro no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Santo Antônio da Platina (ACESAP). As inscrições já podem ser realizadas no Departamento de Turismo ou no Departamento de Cultura da Prefeitura platinense, na Av. Oliveira Motta, 1100, próximo ao Platina Shopping. A ficha de inscrição também está disponível no http://www.santoantoniodaplatina.pr.gov.br/ . Entre os requisitos, a jovem deve ter entre 16 e 23 anos, morar em Santo Antônio da Platina e se comprometer a participar de todos os eventos da Efapi 2011.

Os leilões serão comandados mais uma vez pela Cia de Leilões Arão Dias Neto. No dia 24 de março será comercializado Gado Geral, assim como no dia 29. No dia 31 é a vez do Gado Charolês. Gado Canchin será leiloado no dia 1º de abril. No dia 02, Gado de Leite. E fechando a agenda, Gado de Corte no dia 03. Os lances serão no Recinto de Leilões da Efapi.

Como nos anos anteriores, a LondriPark será responsável pela diversão das crianças e jovens. Entre os brinquedos instalados, estarão o Kamikaze, Samba, CrazyDance, Evolution, Barca Viking, Happy Mountain e Tapete Mágico. No domingo pela manhã acontece a Cavalgada da Efapi pelas ruas centrais de Santo Antônio da Platina, saindo da Avenida Frei Guilherme Maria e seguindo pelas ruas Marechal Deodoro da Fonseca e Rui Barbosa. Da mesma forma que 2010, não será permitida a ingestão de bebidas alcoólicas durante a cavalgada, que conta com o apoio da Polícia Militar.

O rodeio ainda não foi divulgado pela organização, porém já se sabe que terá novidades. O ex-deputado federal Francisco Beckert vendeu sua Cia de Rodeios Chico da Princesa, que participava anualmente da Efapi. Os eventos técnicos, com o apoio da Emater, também não tiveram divulgação.

O site da 39ª Efapi é o www.expofapi.com.br/2011.

Texto: Eduardo Godoy
Imagem: Divulgação

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

(des)Respeito ao passado

Durante 2010 comecei a perceber a desvalorização empenhada em prédios históricos. Prédios que revelam não só a arquitetura de uma época, mas trazem histórias escondidas em seus tijolos de barro artesanais e janelas de madeira. São resquícios da história local, de uma cultura retratada e localizada ao longo dos anos nas paredes descascadas de bibliotecas, cinemas, casas de comércio, bares e lares. E, depois de tanto tempo carregando as emoções humanas em forma de prédio, vão abaixo para dar lugar ao desenvolvimento desmedido e malvado. Tal desenvolvimento que se esquece do passado, relegando-o às fotografias em preto e branco. O filho desenvolvimento manda seu pai passado para o asilo do lixão, sem ouvir suas aventuras joviais, seus amigos e sentimentos. As lágrimas do prédio caem pelo encanamento da cozinha.

Antiga Biblioteca; futuro entulho

A foto acima, tirada na tarde de hoje, 11, é, talvez, uma das últimas imagens de mais um prédio que está morrendo em Santo Antônio da Platina. A casa, na rua Rui Barbosa, abrigou, durante anos, a Biblioteca Municipal José de Alencar. É (ou era) uma das últimas casas antigas no centro da cidade, tomada pelo comércio que vem se revitalizando nos últimos anos e enchendo as fachadas de placas e mais placas.

A Biblioteca foi alvo de uma matéria minha em 2008 devido aos problemas estruturais e administrativos. Chovia nas dezenas de livros armanezados em prateleiras que poderiam cair a qualquer minuto. Vi a situação pelas janelas, entreabertas, já que fui duas vezes ao local e não havia funcionário. Na terceira vez consegui conversar com um atendente, que informou que não poderia responder pelos problemas estruturais e a ausência de atendimento se devia à falta de funcionários da prefeitura.

Saí da Biblioteca e fui ao gabinete do Chefe do Departamento de Cultura, órgão integrante da Secretaria de Educação e Cultura. Dr. Neno Bartholomei disse que uma reforma era realmente necessária e iria sair, porém, sem data prevista. Sobre a falta de funcionários, resolveu na hora. Telefonou ao responsável, que disse estar de atestado médico. Acredite quem quiser... Em 2009 outros meios da imprensa local denunciaram a situação da Biblioteca Municipal, que foi transferida para uma recém-terminada ‘sala de comércio’, sem nenhuma característica que lembrasse um prédio cultural. Os livros foram salvos, mas o marco da cultura local, necessitada apenas de uma reforma, agora está indo abaixo.

Ao lado da demolição já é possível ver outro grande terreno, talvez do mesmo dono, com a terraplanagem pronta para se incorporar à área ‘limpa’. Possivelmente será construído mais um grande prédio para abrigar um comércio. Enquanto isso, a Casa da Cultura Platinense está fechada, esperando a prometida reforma; o prédio da antiga Casa Carvalho foi transformado em uma rosada lojinha de bijouterias; o velho Foto Tanko está dando lugar a outro ponto de comércio; a Casa das Meias morreu e em seu lugar levantaram duas lojas; o Calçadão Manoel Arrabaça Ribeirete, que eu chamava carinhosamente de ‘Calçadão Bossa-Nova’, foi transformado em uma mescla de cores estranhas, com pequenos espaços (das mesmas cores) para comércio de lanches e com postes de luzes horríveis; a praça São Benedito foi tomada por prédios públicos, inclusive uma Biblioteca Cidadã, do Governo Estadual, com arquitetura ‘sem-sal’; e a praça Frei Cristóvão Capinzal está às escuras, também aguardando a prometida reforma, principalmente no coreto (por mim tirava-o e colocava o antigo chafariz, muito mais bonito).

Os tijolos de barro artesanais e as janelas de madeira estão caindo. Com elas, o passado platinense, a história de uma cidade quase centenária e a cultura arraigada nos pisos e assoalhos de nossos antigos lares.


Texto: Eduardo Godoy
Foto: Eduardo Godoy

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A novela é mexicana, mas o protagonista é gaúcho!

O nome do protagonista é Ronaldo de Assis Moreira, vulgo Ronaldinho Gaúcho. O personagem secundário, ou principal, depende do ponto de vista, é Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do primeiro e conhecido apenas como Assis. O roteiro envolve drama, confusão, paixão, futebol e principalmente dinheiro, muito dinheiro.

O enredo teve início ainda no ano de 2010, com o fim da temporada no Brasil e o começo do vai-e-vem no mercado da bola. Também tiveram início os boatos sobre a volta do jogador ao futebol brasileiro. Os primeiros clubes a sondarem o craque foram Palmeiras e Grêmio, logo depois o Flamengo entrou na briga. Ronaldinho não vinha em grande fase no Milan e, como alguns jogadores na sua idade, estava desejoso de voltar ao Brasil, assim como fez Ronaldo. O Fenômeno chegou a fazer menção de repetir a dupla Ro-Ro com a camisa do Timão, e Andrés Sanches, presidente do Corinthians, manifestou a vontade e possibilidade de contar com Gaúcho no elenco, porém, tudo sem euforia e com certa distância.

Já a postura do Grêmio foi bem distinta da adotada pelo Corinthians. Os Gaúchos contavam como certa a volta de Ronaldinho às origens, afinal, foi o time gaúcho que revelou o craque e o projetou no cenário nacional, e quase tudo parecia certo. Quase tudo... O próprio jogador chegou a declarar que por sua vontade já estaria com a camisa do Grêmio. Sábio Ronaldinho, essa era SÓ a sua vontade, mas, sempre existem outros interesses envolvidos, ainda mais na transição de um dos maiores e mais cobiçados jogadores do mundo.

O Grêmio chegou a colocar caixas de som no Estádio Olímpico, para o que seria a festa no regresso do ídolo. Torcedores se aglomeraram em frente ao Estádio na espera do jogador. Nada feito, afinal, como dizem os ‘boleiros’, o jogo só acaba quando termina, e no caso das transições no futebol, o jogo só acaba quando o contrato é assinado. E assim foi com a novela Ronaldinho Gaúcho. A trama teve uma guinada e tanto com a entrada de outro personagem, Adriano Galliani, o vice-presidente do Milan.

Já na entrevista coletiva, concedida na última quinta-feira, 06, Galliani manifestou claramente a sua preferência pelo clube carioca. "A decisão final é do Ronaldinho e do Milan, mas pelo coração eu gostaria que fosse o Flamengo", declarou o dirigente italiano. No sábado, 08, já em reunião com representantes do Flamengo, inclusive a presidente Patrícia Amorim, no apartamento de Galliani, no Leblon, o destino do craque parece ter mudado de vez. “Acredito que Ronaldinho é 99,99% do Flamengo”, declarou o vice-presidente na saída do encontro. Já Patrícia Amorim, mais cautelosa, parecendo conhecer bem o ditado aqui já mencionado, disse que o Flamengo fez tudo que pode e que está animada, mas sabe das complicações da negociação. “A ansiedade é grande, mas o importante é que o Flamengo está aguerrido na busca de trazer esse grande jogador”, afirmou Patrícia.

A guinada na novela trouxe felicidade e euforia para os flamenguistas; decepção para corintianos e palmeirenses; mas principalmente despertou o ódio nos gremistas. Desde os mais simples até os mais ilustres torcedores do Grêmio, a demonstração de ira com o fim da trama é unânime. Faixas de repúdio ao jogador e ao seu irmão, que também jogou no time gaúcho, foram colocadas no Olímpico, com os dizeres: “R10 e Assis, que Deus perdoe vocês. Porque a nação gremista não vai perdoar!”. Fazendo menção a marca R10, que pertence ao craque. Além disso, os gritos de “pilantra” e “mercenário” não ecoam somente nos bares e padarias, mas também na Internet. O site ‘Dentuço pilantra’ (http://www.dentucopilantra.com.br/) foi reativado. O conteúdo da página não é nada lisonjeiro a Ronaldinho, muito menos ao seu irmão e empresário, Assis.

O ressentimento foi parar até no âmbito político: o deputado gaúcho Gilmar Sossella (PDT), torcedor declarado do Grêmio, disse que vai propor à Assembleia Legislativa que o jogador seja declarado ‘persona non grata’ no Rio Grande do Sul. A expressão em latim refere-se a uma pessoa que não é bem-vinda em determinado lugar. O desfecho da novela Ronaldinho mereceu comentários até da realeza do futebol. Pelé deu sua opinião sobre o caso e foi taxativo. “Ele deveria jogar de graça no Grêmio, já que ele ama o time. Ele está com a vida feita, né?”, criticou o Rei. Ele ainda relembrou a temporada de 1974, em que jogou de graça pelo Santos, já que o Clube passava por dificuldades.

Normalmente as novelas acabam nas sextas-feiras. Já essa, acabe quando acabar, já tem o resultado mais que explícito. Ronaldinho Gaúcho prejudicou muito sua imagem no Brasil, seja, como alguns dizem, por culpa de Assis, pelo decorrer dos fatos, ou mesmo por sua indecisão. Agora críticas surgem de todos os lados e, se o jogador, cultiva o sonho de jogar a Copa de 2014 no Rio vai ter que reconquistar a confiança dos brasileiros e principalmente, seja no clube que for, voltar a jogar o futebol que esperam dele.

Texto: Afonso Verner