quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eleitores de Ponta Grossa têm opiniões diversas sobre mudança na política

De dois em dois anos, as ruas são tomadas por bandeiras, cartazes, santinhos, carros de som e adesivos publicitários de campanha. A sensação de mudança na política causada pelas eleições volta sempre à tona. Em Ponta Grossa, a opinião varia sobre uma transformação na representatividade com o pleito do próximo domingo, 3 de outubro, onde serão escolhidos o Presidente da República, Governadores, Senadores e Deputados Federais e Estaduais.

Para o técnico laboratorial Reinaldo dos Santos, a grande quantidade de candidatos que concorrem a uma das vagas é fator determinante para mudança. “Como são vários candidatos, acho que vai alterar bastante. Só temos que prestar bem atenção nas coligações”, opina. Segundo ele, a chance do país ter uma presidenta traz também outra novidade à disputa e “poderá entrar pra história da democracia no Brasil se Dilma [Rousseff, do PT] ou Marina [Silva, do PV] ganharem”, diz Reinaldo.

Já seu colega de profissão, Wilson José do Nascimento, não acredita em uma alteração, principalmente se a candidata do PT for eleita, pois “aí sim o PT vai continuar no comando, não mudando nada pra gente”. Wilson afirma ainda que votará em candidatos da região para uma das cadeiras da Assembleia Legislativa e Congresso Nacional. “Só eles poderão trazer benefícios para Ponta Grossa. Não adianta votar em gente de outro lugar”, enfatiza o técnico.

A Lei Ficha Limpa também influencia essas eleições, de acordo com o agente de vigilância José Richter. “Essa lei já tirou bastante gente da disputa, acho que foi um ganho para os eleitores”, afirma. Ele alerta ainda para as pesquisa que, segundo ele, induzem as pessoas a votarem em quem aparece na liderança. Richter não votará em políticos da região para deputado federal ou estadual, pois “não teve retorno com os últimos eleitos”.

Há ainda quem não se interessa por política, como a cozinheira Neuci Aparecida Pontes. “Não acho que vai ter mudança, por isso não fico perdendo tempo na frente da televisão vendo a baixaria dos programas políticos”, diz Neuci. A votação ocorre das 8h às 17h e é obrigatório a apresentação do título de eleitor e um documento com foto. O eleitor que estiver fora do seu domicílio eleitoral deve justificar a ausência no dia da eleição ou com requerimento até 2 de dezembro dirigido ao juízo da Zona Eleitoral em que é inscrito.


Texto: Eduardo Godoy

sábado, 25 de setembro de 2010

Natal de Luz 2010 já tem tema e datas definidos

Cerca de 7500 pessoas assistiram ao Natal de Luz 2009



Com o tema “Tradição, cultura e fé”, o Natal de Luz 2010 chega ao 9º ano com os preparativos a todo vapor. As organizadoras Neuzeli França R. Cesar e Marly Prado Papi Crespo divulgaram esta semana as datas das apresentações. A abertura será no dia 11 de dezembro, sábado, com demais espetáculos nos dias 15 (quarta-feira), 17 (sexta-feira), 19 (domingo) e 23 (quinta-feira), sempre às 22h.

Sobre o tema, Neuzeli explica que “a cultura da população brasileira está calcada na fé, na alegria da dança e da música, principalmente nas cidades fora do eixo comercial, onde as festas são o ponto de encontro de toda a comunidade”. Segundo as organizadoras, o show deste ano faz uma viagem por todas as regiões do país. “Queremos mostrar as cores e detalhes de expressões vivas de alegria, satisfação e devoção de um povo. Para isso, nossas crianças e adolescentes cantarão, durante o espetáculo, músicas que embalam a tradição, a cultura e a fé brasileira”, conta Marly.

As músicas começaram a ser ensaiadas no final de julho. Cerca de 110 crianças e adolescentes participam este ano, nas 24 janelas e duas sacadas do Centro Pastoral Catequético (CEPAC), ao lado da Igreja Matriz. As reuniões entre as coordenadoras, porém, acontecem deste março. A novidade deste ano será um palco montado ao lado do prédio, aumentando assim a visibilidade das crianças que se apresentam também do lado de fora. As organizadoras contam que o espetáculo terá algumas surpresas, que não quiseram revelar.

Todas as sextas-feiras, à tarde, voluntários se reúnem no terceiro andar do CEPAC para a confecção dos adereços utilizados pelos cantores durante as apresentações. “Estamos precisando de mais gente para a montagem dos adereços. Voluntários são sempre bem-vindos”, conta Neuzeli.

Como nos outros anos, o espetáculo é realizado pelo Grupo de Canto Sementinha, Spaço Arte & Música e Conselho Paroquial da Paróquia Santo Antônio de Pádua, com o patrocínio da Bordignon, Sicredi, Samp Fiat e Schmidt Honda. Conta ainda com o apoio da Prefeitura de Santo Antônio da Platina, rádios Vale do Sol FM e Difusora Platinense AM, jornais Tribuna Platinense e Tribuna do Vale e site Npdiario.com.

Texto e foto: Eduardo Godoy

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

... vem que está chegando o Natal...




Arte: Eduardo Godoy

Leminski I



Vagalumes

O Teatro Mágico

Brincando de correr entre vagalumes
Sem querer pegamos uma estrela baixa
Roubamos todas as flores pra esconder perfumes
Estrelas, vagalumes dentro de uma caixa

E foi até estranho, a gente nem deu conta
Talvez na outra ponta, alguém pudesse pensar
Menino vagalume, flor, menino estrela, a brisa mais forte veio te buscar

Pra temperar os sonhos e curar as febres
Inserir nas preces do nosso sorriso
Brincando entre os campos das nossas idéias
Somos vagalumes a voar perdidos...a voar perdidos...

E quando a gente apaga, tudo fica escuro
Mas o medo não vence, pois não "tamos" só
Por de cima do muro, a gente enxerga o mundo,
A fábrica de Deus fazendo gente do pó

Deixa pra lá, o que não interessa,
A gente não tem pressa de viver assim
Feito platéia da nossa própria peça, histórias, prosas, rimas, sem começo e fim

Pra temperar os sonhos e curar as febres
Inserir nas preces do nosso sorriso
Brincando entre os campos das nossas idéias
Somos vagalumes a voar perdidos...
A voar perdidos (5x)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Portal Comunitário dá visibilidade à entidades sociais e bairros de Ponta Grossa




Há dois anos no ar, o Portal Comunitário integra o jornalismo comunitário on-line com a prática disciplinar dos alunos de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O projeto conta com a participação de 58 entidades, entre associações de moradores, sindicatos, organizações não-governamentais e movimentos sociais, que possuem, através do Portal, um veículo de produção e divulgação de informações.

De acordo com Karina Janz Woitowicz, uma das professoras que coordenam o projeto, o site apresenta “uma proposta diferenciada de jornalismo, aliada com as disciplinas do curso, que presta um retorno à comunidade”. A falta de recursos é apontada por Woitowicz como a principal dificuldade do veículo. “A manutenção do site está sendo custeada por uma premiação que ganhamos, pelo menos até o final do ano”, diz Karina.

O prêmio em questão é o "Extesão Universitária 2009", da UEPG. Outra premiação importante foi o "15º Prêmio Sangue Novo do Jornalismo Paranaense 2010", concedido pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná, o qual o Portal Comunitário levou o primeiro lugar na categoria Jornal-Laboratório Online, pela segunda vez consecutiva. O site alcança mais de 30 mil visualizações por mês, que, segundo Woitowicz, “dá visibilidade aos alunos que produzem os materiais e às entidades atendidas”.

Para Juliana Cardoso, do 3º ano de Jornalismo, “o diferencial do projeto é que a comunidade tem participação direta ao enviar pautas, postar comentários, dar entrevistas”. Ela destaca também a cobertura diferenciada da mídia tradicional, no qual a comunicação comunitária preza mais pela cobrança do poder público e acompanhamento dos problemas apontados pelos moradores e representantes das entidades sociais.

“No Portal agimos não só como mediadores da informação, vamos além. Assumimos uma responsabilidade com a comunidade”, afirma Mariana Galvão Noronha, também do 3º ano. Segundo ela, os alunos tem a possibilidade de conhecer e participar da vida comunitária e criam vínculos com os moradores. O Portal Comunitário tem atualização diária e, uma vez por semana, uma reportagem especial com suporte múltiplo de áudio, vídeo e slideshow. O endereço é o www.portalcomunitario.jor.br .

Painel

O homem, o indivíduo, a espécie, a pessoa
suas máscaras, a célula
o mesmo, o outro, o movimento, o pouso
e tudo que não cabe nessas categorias
por conhecimento
a vida
por diversa
cumpre em uníssono o vôo da libélula
e o ensurdecedor silêncio do repouso.

Carlos Vogt (Ilhas Brasil, Ateliê Editorial, Cotia: 2002)

Amanhã é 23

Kid Abelha
Composição: George Israel/Paula Toller


As entradas do meu rosto
E os meus cabelos brancos
Aparecem a cada ano
No final de um mês de Agosto...

Há vinte anos você nasceu
Ainda guardo um retrato antigo
Mas agora que você cresceu
Não se parece nada comigo...

Esse seu ar de tristeza
Alimenta a minha dor
Tua pose de princesa
De onde você tirou...

Amanhã! Amanhã!
Amanhã! Amanhã!...

Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez...

O mundo particular da fotografia

Para que serve a arte? Estava voltando para casa depois de mais um dia de aula na faculdade, envolto com a fotografia, a cultura, a folkcomunicação e me pergunto: arte precisa de técnica? Mais precisamente: fotografia é arte ou é técnica?

Tinha acabado de ver um comentário em uma fotografia na internet, no qual uma fotógrafa “profissional” falava que os planos estavam bons, o desfoque e blá blá blá. Eu não tinha gostado da foto, nada de diferente ou de especial que me puxasse a ela e fizesse meus olhos fixarem-na sem conseguir parar de olhar. Para mim, isso é o mais fascinante da fotografia: fazer com que os olhos fiquem namorando aquele espectro, aquela imagem formada sabe-se lá de que maneira, de que ângulo. Esse algo que não consigo materializar por símbolos gráficos, apenas sei que existe.

Certas fotos conseguem, magistralmente, fazer isso comigo. Me puxar, me namorar, me envolver com sua seda vermelha, pura e leve, me levando para um lugar mágico e invisível, sem que eu nada possa fazer a não ser deixar meus pés serem guiados por ela. E só a fotografia consegue fazer isso comigo. Fazer com que eu pense em nada ou então em tudo que a foto não deixa claro. O que aconteceu antes com aquela pessoa retratada? Quem passou por aquele lugar, agora vazio? Qual a história daquele objeto? Tantas coisas se passaram com o objeto (agora já não com o sentido material) da foto para que agora ele estivesse ali, na minha frente, só para eu ver através do olhar de outra pessoa ou de uma ‘máquina fazedora de imagens’.

É para isso que serve a arte, ou a fotografia. Não falo de outras formas artísticas visuais, como a pintura ou as plásticas porque não me chamam a atenção. Elas não têm o poder de fazer, em mim, uma viagem introspectiva e imaginária no mundo oculto daquela imagem.