sábado, 19 de março de 2011

Em vez da capa, o capacete

Ao abrir uma revista ou ligar a televisão somos inundados de heróis e mais heróis criados pela mídia, forçando uma falsa identificação com o povo brasileiro. Vão desde BBB’s a cantores de qualidade discutível. Estes chegam e partem sem a gente se dar conta e são atualizados constantemente, como uma forma de revezamento do posto de herói nacional.

Porém, há um tipo de ‘super-homem’ que não sai da moda nos noticiários, principalmente em época de enchentes, deslizamentos, terremotos, tsunamis e outros males geológicos: o bombeiro. Diferente dos outros que eu citei, este tem uma razão sociológica para existir e ser idolatrado. Vale lembrar as últimas catástrofes naturais que colocaram os bombeiros à vista do público brasileiro. Vamos fazer um recorte, pegando apenas tragédias decorrentes de fortes chuvas. Em 2008 foi o Vale do Itajaí (SC); em 2009, os estados do Norte e Nordeste; em 2010 tivemos em Angra dos Reis (RJ), São Luiz do Paraitinga (SP) e Tomazina (PR); em 2011 foi a Região Serrana do Rio de Janeiro, a cidade de São Paulo e Morretes e Antonina, no Paraná. Em todos estes acontecimentos, a figura do bombeiro sempre esteve presente.

Eu e você vimos imagens, fotos e relatos de salvamentos realizados por esses heróis, colocando-os em status de redentores. Em pesquisas sobre a confiabilidade dos cidadãos em instituições, os bombeiros sempre aparecem nas primeiras colocações. Resultado da grande propaganda feita pela mídia gratuitamente a este grupo, responsável pelas cenas emocionantes que assistimos. Heróis nacionais, que aparecem para resgatar não só mocinhas e crianças em perigo, mas a todo um povo que chora diante da tragédia.


Texto: Eduardo Godoy

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