quinta-feira, 28 de abril de 2011

“Conselho evidencia a complacência ética dos senadores”, afirma editorial da Folha de S. Paulo

“O consórcio do governo petista com o 'centrão' redivivo que o apoia está na base de fenômenos como esse conselho de farsa ética”, diz o editorial da Folha de S. Paulo desta quarta-feira, 27. Segundo o jornal, o “primeiro time” do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tomou posse do Conselho de Ética da Casa, inclusive com a presidência do “afilhado político” de Sarney, João Alberto (PMDB-MA).

O editorial afirma ainda que a opinião pública vive um mal-estar com a nova composição do Conselho, já que oito dos 15 titulares indicados para a composição da mesa respondem a inquéritos ou processos no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre estes está o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi absolvido pelo plenário de dois processos de cassação.

Para a Folha de S. Paulo, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o responsável pela “sobrevivência política” de José Sarney, quando enfrentou 11 processos no Conselho de Ética. “Foi o então presidente quem desarmou gestões por sua cassação”, diz o texto.

Em contra-partida a essas acusações, o editorial afirma que “Nem sempre o órgão funcionou como biombo decorativo”. Para exemplificar, é citado a cassação de Luiz Estevão, em 2000, e a renúncia de mandato, para evitar que fossem cassados, de Antônio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e José Roberto Arruda.

“Hoje não é o caso. Dilma Rousseff tem maioria folgada no Senado, e o conselho evidencia a complacência ética dos senadores”, diz ainda o editorial. O jornal faz ainda uma comparação entre a volta de Delúbio Soares ao PT e o Conselho de Ética. “Não tem nada a ver com o Senado, mas a lógica perversa é a mesma”, finaliza o texto.


Texto: Eduardo Godoy

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