domingo, 14 de novembro de 2010

O Quadro das Maravilhas

Peça: O Quadro das Maravilhas
Autor: Jacques Prévert
Direção: Ângela Finardi
Grupo: Companhia de Teatro de Repertório da Univille
Cidade: Joinville - SC
Local: Calçadão
Data e horário: 09/11 – 10h
Duração: 55 minutos
Classificação: livre

A peça O Quadro das Maravilhas, apresentada pela Companhia de Teatro de Repertório da Univille, de Joinville (SC), acertou na interpretação, porém errou no formato. O que aconteceu não foi teatro de rua, e sim teatro na rua (o que é bem diferente). O espetáculo não foi feito para apresentação em pleno Calçadão, onde dezenas de pessoas passam a todo momento. Uma intervenção em um local totalmente público, com o palco e um camarim tomando conta do passeio mais movimentado da cidade. É preciso tomar cuidado ao intervir tão bruscamente assim em uma zona pública, local.

O “O Quadro...” teria acertado se fosse feito em um palco italiano, ou então em uma semi-arena, com o público centrando o olhar em um quadro mesmo (como acontece com as peças “tradicionais”). Os atores, bancados pela Univille, entretanto, demonstraram que sabiam o que iriam fazer. Tudo bem marcado, com as falas na ponta da língua e a interpretação bem ensaiada. Para o teatro de rua, repito, isso não é uma vantagem, já que é preciso lidar, muitas vezes, com a presença do público muito próximo e, eventualmente, com surpresas (como ocorreu na apresentação do dia anterior – Saltimbembe Mambembancos – que tiveram que lidar com um espectador um pouco alterado e o incorporaram à peça).
Destaque para a atriz Alessandra Passos (na foto, sentada), que deu vida, magistralmente, a um mendigo do século XVI, imaginado por Cervantes. Estrelinha dourada também para a diretora da trupe, Ângela Finardi, que consegue gerenciar os 14 atores como se fosse uma mãe (transpareceu isso no debate, após a peça). E aplausos para a Univille, que investe no teatro e mantém a Companhia, custeando todos os gastos que eles têm.

No geral, repito, a peça deveria ser apresentada em um palco italiano, com aparato de luz e um público que esteja lá com o intuito principal de ver o espetáculo. Seria melhor para os atores, amadores ainda, e para o público.

Nota: 8,0
Crítico: Eduardo Godoy
Foto: Eduardo Godoy/Lente Quente

Um comentário:

Alessandra dos Passos disse...

O personagem sentado não é o mendigo, é a criança. O mendigo está na escada.