quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fenata expõe dificuldades do campo teatral em Ponta Grossa



Durante oito dias, o 38º Festival Nacional de Teatro (Fenata) deve movimentar a cena cultural ponta-grossense. Entretanto, essa agitação não se repete durante o resto do ano. Segundo a chefe do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Karina Janz Woitowicz, há um contra-senso na produção teatral da cidade. “Ponta Grossa se consolidou no teatro, mas isso não reflete na realização de peças ao longo do ano”, conta Karina.


De acordo com Woitowicz, são poucas as companhias de teatro em Ponta Grossa, “e estas ainda não conseguem se apresentar no Fenata, gerando uma reclamação por parte dos atores e produtores da cidade”. Para Karina, a junção entre peças profissionais e amadoras, entretanto, é um ponto positivo do festival, que surgiu em 1973. “O Fenata veio com a cultura dos festivais, assim como em Maringá, que se consolidou como a 'cidade da música'”, diz a chefe do Departamento.


Jean Marcel Ferreira, que mora em Ponta Grossa desde o começo de 2010, conta que em Foz do Iguaçu, sua cidade-natal, não há festivais do gênero. “A gente não vê festivais como o Fenata na Unioeste, por exemplo. Aqui, percebemos que a UEPG tem essa preocupação cultural”, revela Jean. Segundo ele, é um incentivo para formar espectadores na cidade, “já que a despolarização, com peças saindo do eixo Rio-São Paulo e chegando a outros locais, aumenta o interesse das pessoas”.


Na 38ª edição do Fenata, serão 25 peças de 22 grupos teatrais, provenientes de seis estados brasileiros. Entre os dias 4 a 11 de novembro, o festival deve reunir mais de 20 mil pessoas no dois auditórios do Cine Teatro Ópera, Teatro Marista, Calçadão da Coronel Cláudio e Parque Ambiental. João Vinícius Bubek, assistente administrativo da Fundação de Apoio à UEPG (FAUEPG), acredita que este ano será ainda mais movimentado que 2009. “Nesta edição teremos peças em Palmeira e Carambeí também, o que aumenta a visibilidade e o público do festival”, conta Bubek.


“É um evento democrático, já que muitas peças são gratuitas e as outras têm um preço acessível”, afirma Kevin Kossar, estudante de Jornalismo da UEPG. Para seu colega de curso, Gildo Antônio Vicente, deveria haver mais espetáculos que não sejam de humor. “Em 2009 teve várias peças do gênero cômico. Seria interessante para o público que a organização primasse também por outros estilos, outra linha”, sugere Vicente. O Fenata começa nesta quinta-feira, 4, com a peça O Avarento, do Grupo Farsa, de Porto Alegre. A abertura será no Cine Teatro Ópera, a partir das 20h. Outras informações no www.uepgcultura.com.br/fenata


Texto: Eduardo Godoy

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