segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Amargasalmas

Peça: Amargasalmas
Autor: Ribamar Ribeiro
Direção: Ribamar Ribeiro
Grupo: Os Ciclomáticos Companhia de Teatro
Cidade: Rio de Janeiro – RJ
Local: Cine-Teatro Ópera – auditório A
Data e horário: 07/11 – 20h30
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos


A organização do Fenata pecou na noite do domingo ao não liberar a entrada do público antes das 20h20, formando um aglomerado de pessoas no hall do Ópera, com desconforto. A peça Amargasalmas só fui entender no debate. Mas, a partir do momento em que entendi, transformou-se em uma das melhores peças. Talvez não seja feita para um público com pouca formação teatral, ou déficit de atenção, sei lá. Digo isso do texto, porque a área técnica foi a melhor que já vi. A iluminação casando perfeitamente com a música cinematográfica (não que a utilização deste estilo musical seja positivo; no caso, causou até um descoforto por a música estar em diversos filmes - ficou 'pobre') deu um ar magistral ao espetáculo.

O texto, porém, ficou confuso às vezes. A poesia se destacou, em outras. O ritmo frenético do roteiro aumentou a importância da luz (e aqui coloco a sombra como parte integrante da luz) e do som. Frases marcantes no compasso apressado e a confusão das falas das personagens, falando juntas, foram pontos que me marcaram. Algumas cenas me atingiram como um tiro. Fantástica a sensação que senti durante a peça!

A cena da mãe parindo seu filho e o chamando de desgraçado, com o palco todo avermelhado e uma música forte foi uma das melhores que já vi. Duas personagens andando em volta atrapalhou um pouco, porém.

Um aspecto que me chamou a atenção a partir do cenário simples foi a situação do palco do Ópera. Parece ser preciso limpar o chão do placo ou pintá-lo novamente. Sobre o cenário, uma semiótica infundada, a meu ver, foi levantada no debate. A utilização de lãs coloridas penduradas não tem outra função senão “dar uma cor” para o cenário. Nada mais.

Voltando à peça, a interpretação deixou um pouco a desejar. Pelo ritmo constante, certas falas não foram compreendidas. Outras vezes, foi falado para o fundo do palco, o que fazia com que o público não escutasse (principalmente quem estava no fundo). Foi chocante ver a peça, principalmente por utilizar uma iluminação forte.

Nota: 8,0
Crítico: Eduardo Godoy
Foto: Marco Antonio Favero/Lente Quente

Nenhum comentário: