sábado, 12 de setembro de 2009

Saudade (não saudosismo!)

Ultimamente estou vivendo um momento de saudade. Ontem fui no lançamento do livro do Cardoso Filho, de crônicas. Muito legal. Cheio de gente que viveu em uma época que eu não vivi, mas queria ter vivido. Eu já li mais da metade do livro (que eu tinha emprestado um que ele levou no jornal antes de lançar e que agora eu comprei o meu, com dedicatória e tudo). Nas páginas do livro, histórias da década de 50, 60. Personagens marcantes para a cidade. E ontem, durante o lançamento, aqueles personagens que eram jovens na época, todos amigos, se reencontraram. Foi bonito ver aqueles senhores e senhoras que eu tinha lido histórias reais, ali na frente se cumprimentando, se abraçando. Quando estava na fila para receber o autógrafo, via que a cada pessoa que recebia o carinhoso abraço do autor enquanto ele abria a primeira página da obra para receber a tinta de sua bela caneta, ouvia-o falar que no livro havia uma crônica de algum episódio que o futuro leitor presenciara, ou era o protagonista. Nesta noite, além do coquetel, champagne, sax e canção de Renato Chagas, senti um enorme prazer em estar presente por ver amigos de longa data todos reunidos. Ver aquelas senhorinhas e aqueles senhores que já viveram 60, 70, 80 anos, e passaram por muitas coisas. Em alguns grupinhos pareciam adolescentes ainda, mas com rugas. Muitas mudanças, muitos prazeres e muitas dificuldades.

Eu tenho 17 anos. E pelos meus apenas 17 anos vividos, tenho a certeza que cada minuto foi bem aproveitado. Considero que já fiz bastante coisa, todas sempre tentando o melhor. Mas vejo que ainda tenho muitos, muitos, muitos e muitos momentos para viver ainda (espero!). Ontem, quando Renato Chagas (uma das figuras inesquecíveis de Santo Antônio da Platina) falou sobre o livro e seu autor, disse que "não podemos viver no saudosismo, lembrando que como algo era bom e não pensar no presente. Devemos sentir saudade". Ele está certíssimo. Não podemos lembrar de algo bom pensando só naquilo, que nunca mais voltará, que tudo era bom. Isso é fantasia. A saudade, por outro lado, nos faz olhar para trás, mas sempre caminhando em frente, levando os "bons tempos" na memória e criando outros "bons tempos" sempre.

Esses dias uma amiga me disse que estava conversando com um amigo dela, e este falou que há pessoas que passam pela porta de saída da sua Terra do Nunca, fecham esta porta e nem olham para trás; enquanto outras passam pela porta, deixam-na aberta e sempre voltam para relembrar como aquilo era bom. Ele quis dizer que algumas pessoas, quando saem da infância, vivem uma vida dura, não se divertem de uma maneira ingênua, esquecem daquela criança que ficou escondida ali dentro. Tornam a vida monótona, sem graça. Todos têm uma criança dentro de si. Às vezes é preciso resgatá-la e brincar. Sim, brincar! Quem não gostar de brincar?

Mas deixo claro que não pode-se viver este mundo infantil a todo momento. Em certos momentos da vida, devemos ser adultos o suficiente para escutar, argumentar, trabalhar, etc.

Antes de vir escrever estas minhas palavras minhas, fui procurar um documento e achei outras coisas. É claro que eu não achei o documento, porque sempre que a gente procura algo importante nunca achamos na hora. Mas achei outra coisa que, no momento que estou vivendo, é muito mais importante. Uma carta de Natal. Escrita no computador com algumas palavras feitas à mão embaixo e um p.s. pedindo desculpas pelos pequenos erros de ortografia corrigidos à caneta. Nos cantos, um adesivo de Papai Noel e um com dois sinos. Eu não lembrava daquela carta, mesmo sendo datada em 24/12/2008. Sim, do último Natal. Uma das pessoas mais importantes da minha vida. Nas linhas, pedidos de desculpas, agradecimentos e desejos de felicidades, saúde, etc. Algumas coisas me chamaram a atenção. Na última parte do texto, desejava que todos os meus sonhos se realizassem e dizia que estaria ao meu lado em todos os momentos de minha vida. E abaixo, "um beijo eterno". Eterno? Acho que não foi eterno. Infelizmente. Mas a cabeça está sempre erguida, olhando para trás, lembrando desses momentos de felicidade imensa, pensando no futuro e vivendo o presente.

Como eu já escrevi em outro post, como a vida muda né? Em questão de um ano minha vida está completamente diferente. Mas, são coisas da vida. Em alguns aspectos, minha vida ganhou muito. Em outros, nem tanto. Conheci muita gente, fiz amigos (de perto e de longe), to fazendo o que eu gosto, to conhecendo outros ramos (por falar nisso, hoje fui conhecer a Vale do Sol FM e Difusora Platinense AM, mas isso é para o próximo post), etc.

"Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi"

Até mais!

Nenhum comentário: