sábado, 10 de abril de 2010

Vida e morte: inevitáveis!

Acabei de ver um trecho do último capítulo da novela Cama de Gato, da TV Globo. Não que eu gostei e acompanhei a obra. Só estava mudando de canal e vi. Porém, esse pedaço que assisti me chamou muito a atenção. O “mocinho”, jovem, já doente, prevê que está chegando a hora de sua morte. Chama então seus três melhores amigos para se despedir. A comoção é geral entre todos. Porém, comoções diferentes. A mulher que o amava (com um sentido diferente de amor de amigo) chora pela perda de seu companheiro. A mulher que o jovem amava (com o mesmo sentido anterior) apenas se despede e deseja que Deus cuide dele. E o amigo de infância, que, depois de muitas brigas, consegue perdoá-lo por uma brincadeira, tenta falsear aquele momento e prolongar a vida do amigo. Entretanto, o jovem prestes a morrer apenas se despede. Podem-se notar no semblante dele sua calma, conformidade e alegria por ter aquelas três pessoas ali, ao seu lado. O momento mais aguardado da vida de qualquer pessoa chegou para ele: sua morte. A hora de ver o que nenhum ser vivente conhece, ou seja, o que há depois do fim. O que há depois do fim?





É tão difícil escrever sobre algo que não se conhece, se é que existe de fato. E por ser tão difícil e desconhecido é que se torna um mistério que levamos durante todo o tempo em que existimos aqui neste mundo. Quem nunca de deparou pensando em como será depois que partirmos daqui? É próprio do ser humano querer saber o que vai acontecer amanhã, semana que vem, no próximo ano, depois da morte. Necessitamos ter um cronograma de nossas vidas, mesmo sendo ele totalmente mutável. Amanhã vou estudar, semana que vem vou numa festa, no próximo ano vou comprar um carro, depois da morte vou... Não, eu não sei o que vou fazer quando morrer. É imprevisível e misterioso este momento.


Cada um de nós é como um livro, que guarda seu início, seu meio e seu fim.”


Mas voltando aos quatro amigos, vemos o quanto é importante o que fazemos a cada dia. Nosso comportamento, nossos ideais, nosso modo de viver, nossa terra, tudo é condicionante das pessoas que teremos ao nosso lado. O “início” é marcado pelos pais e pela família. No “meio” são os amigos (e muitas vezes os pais e a família também!) e a sociedade o ideal que buscamos. E o fim, parafraseando um professor meu, “é tudo. E sendo tudo é ao mesmo tempo nada.” É no fim que saberemos se o que foi feito durante tantos anos valeu a pena. Baterá naqueles que não souberam aproveitar a vida a sensação de arrependimento, tristeza e dor. A única chance foi desperdiçada.

Alguns podem achar feio eu estar escrevendo isso (se é que alguém vai ler), mas a morte é inevitável, infelizmente. Assim como a vida! Por isso quero viver intensamente, e não apenas sobreviver a cada dia. E no fim olhar pra trás e ver como foi bom! Quero morrer feliz.




P.S.: Não houve jeito de evitar os clichês!

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