domingo, 19 de dezembro de 2010

Natal do consumismo

Mais um Natal. Mais uma vez o consumismo ofuscando o motivo principal da festa. Em 2009 já escrevi sobre isso nesse mesmo espaço. Tinha esperanças que em 2010 o nascimento de Jesus aparecesse mais em relação à forma capitalista de comemorar. Que engano. As propagandas com produtos natalinos começaram no início de novembro, há cerca de dois meses da data.

Comprar, comprar e comprar! Este é o grito de guerra que move os consumidores. “É só uma lembrancinha”, “Presente de amigo-secreto”, “Tenho que fazer uma lista pra não esquecer de ninguém”, “Meu 13º vai todo pra comprar presentes”. Essas são as frases mais ouvidas em reportagens sobre compras de Natal na 25 de Março, em São Paulo (‘carne de vaca’ que faz parte do calendário jornalístico contemporâneo). Para os vendedores e empresários, vender, vender e vender! Tenho a impressão de que antes de começarem a jornada de 14 horas exaustivas de consumismo desenfreado, os lojistas gritem “vender, vender e vender!”.

As metas aumentam a cada ano. Porcentagens só sobem. Produtos estão sempre mais modernos. Crianças querem sempre mais. E no meio disso tudo, até os presépios vão desaparecendo das vitrines. Quem deu início a toda essa festa é esquecido, renegado às pequenas representações. Ninguém mais lembra o porquê de tantas compras, tanta comilança na ceia do dia 24, tanta confusão pelos melhores presentes.

Jesus? Ah... é aquele que nasceu na Páscoa, não é? O cara que realmente importa em dezembro é o Papai Noel. E em 2011, infelizmente, será da mesma forma.
Texto: Eduardo Godoy

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