terça-feira, 27 de outubro de 2009

Quem?

A falta de memória pode nos atacar a qualquer momento. Isso é normal do ser humano. Uma hora ou outra isso vai assombrar a todos, seja um esquecimento sutil ou uma daquelas histórias inesquecíveis. Como do cara que encontrou com uma pessoa na rua e não se lembrava do nome do possível amigo. Ele tenta de todas as formas se lembrar e não consegue. No final, o "amigo" se despede e chama-o por outro nome, deixando evidente que o mal entendido foi criado pois eles realmente não se conheciam.

Nosso cérebro às vezes nos prega essas peças. E, em algumas delas, pode ser sério. O esquecimento pode atrapalhar um relacionamento, o trabalho, a escola, os amigos. A data do início do namoro, um telefonema que esqueceu de avisar o chefe, uma tarefa que esqueceu de fazer, uma festa que esqueceu de chamar alguém às vezes se torna o motivo para tomada de certas atitudes, acarretando em consequências não muito legais. Mas pode se tornar engraçado também, dependendo da forma como é tratado.

Com o avanço da idade, o esquecimento é cada vez mais normal. Ultimamente estou vivenciando isso de perto. Minha avó já começa a apresentar os sinais do tempo. É normal ela me chamar pelo nome de meu primo e vice-versa. Esses dias fui visitá-la e, não para minha surpresa, ela já chegou trocando meu nome. E conversa vai, conversa vem, e não tinha uma vez que ela acertava. O pior: ela perguntava as coisas que deveriam ser endereçadas a meu primo. Como vai a faculdade? E o escritório do seu pai? Você trocou a moto? Era impressionante. Eu não faço faculdade ainda, não é meu pai que tem um escritório e sim o meu tio, e não tenho Carteira de Habilitação para ter uma moto. Mas respondia isso tudo educadamente. Afinal, não é por querer que ela faz isso. Eis que chega meu primo. E, agora, era ele quem se via na frente da parede com as perguntas que deveriam ser feitas a mim. No final saimos de lá acreditando que um era outro e o outro era um. Aliás, quem sou eu mesmo?





P.S.: Esta crônica foi escrita para uma atividade da escola, portanto alguns fatos não representam a realidade. Vó: te amo!

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